“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar e, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto”. Nelson Mandela. Essa frase extraída do manual de combate ao racismo na ETEPA abre essa matéria como reflexão.
Itaituba pode ser considerada uma cidade de população
racista? Dois casos isolados em duas instituições de ensino podem dar consistência
a uma provável argumentação mais efetiva quanto a isso? Pode até não ser, mas
nos últimos tempos essa questão sobre racismo tem sido amplamente discutida, até
que agora chegou no âmbito da justiça. Em face desses dois episódio de racismo
ocorrido na Faculdade de Itaituba-FAI e ETEPA, o ministério Público através do
promotor Dr Itálo Costa Dias, realizou duas palestras visando conscientizar o
quanto o racismo é um crime grave contra a dignidade humano esse ato.
Nos dois casos o MPA com objetivo de acompanhar as politicas publicas no que concerne ao combate ao racismo instaurou um procedimento Administrativo para investigar e acompanhar os dois casos que são parecidos e envolve duas professoras negras das respectivas instituições. A Denúncia chegou ao MP citando como vitima a professora negra Cleyriane Miranda da Silva Nascimento. O promotor dr Ítalo ressalta que nunca na história judicial de Itaituba chegaram assim dois casos, duas denúncias por crime de injuria racial. Disse que a FAi foi proativa e adotou as medidas cabíveis na lei para que o casos seja rigorosamente apurado e punido os culpados após as investigações.
Em razão da denúncia o promotor solicitou que a escola ETEPA
apresentasse no prazo de trinta dias um cronograma de prevenção a discriminação
racial, intolerância religiosa e gênero. Como primeira medida a escola criou
uma cartilha, Racismo, somos todos iguais distribuída na escola entre alunos e
demais servidores;
A respeito do episódio o promotor criticou a direção da
escola considerando que a mesma não teria tomado nenhuma medida mais rigorosa
contra os alunos denunciados. Em sua
versão a diretora Isana disse que tudo que competia a escola foi feito, mas que
não poderia ter sugerido medidas duras contra os alunos por estar impedia pelo
regimento interno que não lhe da autonomia para isso, já que o caso ainda não
foi concluído. A escola além da criação
da cartilha também deverá promover palestras sobre o tema racismo, tendo
realizado uma coordenada pelo MP, que contou com as presenças da Dra lilian
Braga de Santarém e do dr mestre de Oriximina, Marcelino Pontes.
O palestrante convidado pelo MP para ministrar as duas
palestras em Itaituba fazia questão de se reportar a si mesmo como negão. Dentre
outras coisas ditas no encontro ocorrido no adjutório da ETEPA, para alunos e
funcionários Marcelino disse que racismo não é coisa só de preto não, mas sim
projeto de nação como proteção humana. Tanto
o promotor quanto a promotora Dra lilian e o professor Marcelino que são negros
também relataram terem sido discriminados por serem negros, o que mostra uma aberração que não tem limites, por
parte daqueles que são racistas.
No episódio do crime
de racismo na ETEPA segundo as denuncias um aluno chamou a professora de macaca
e uma outra aluna teria invadido Whatzapp da professora que foi ofendida por
sua condição de mulher negra. O promotor
considerou deplorável o estado psicológico a que foi reduzida a professora vitima
diante de tantos ataques racistas, que inclusive levou ao seu afastamento da
sala de aula até que o caso seja concluído no âmbito da lei. Segundo dr ítalo esses foram os dois primeiros
casos a irem até a justiça na história de Itaituba o que é preocupante.
Após encerramento da palestra alunos e professores fizeram
várias indagações sobre o caso de racismo na Etepa, principalmente sobre quais
próximos passos a serem tomados para que não se permita mais outros casos que
em nada contribui para uma sociedade mais fraterna e igualitária.
Texto e fotos- jornalista nazareno Santos-Portal do Nazareno
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